terça-feira, 15 de março de 2011

Morte

Após uma discussão resolvi sair de casa e caminhar em uma rua deserta, na ira pensamentos horríveis me tomaram a mente, pensamentos que jamais pensei que teria.
Fui caminhando sem saber aonde ir, sem rumo, cabisbaixo na doce amargura da ira.
Ali parado, sentado, pensando, senti uma pequena brisa fria soprando por cima dos meus ombros, olhei para os lados e nada vi, continuei ali, quando de repente ouço alguém me chamar pelo meu nome.
Ao levantar a cabeça me deparei com uma espécie de anjo, porém um anjo diferente, pois tudo nele era preto, seu olhar obscuro e misterioso, pareciam duas bolas de fogo, e ele e olhava com um certo ar de ira, era como se a qualquer momento aquelas bolas de fogo fossem sair de seus olhos para me atacar. Fiquei ali parado sem entender absolutamente nada, ele novamente me chama, assustado levantei-me, e ele começou a conversar comigo. Ele me contava das vezes que consegui fugir de sua presença, das vezes em que ele passou dias planejando me tirar a vida, porém não conseguiu, e  com isso a raiva que sentia de mim só aumentava, e naquele exato instante estava ali  me tirando algo muito precioso. 
Em nossa frente apareceu uma espécie de tela, nela se passava cada momento da minha vida, vi passar os bons e os maus momentos, vi tudo o que queria rever e o que não queria também, vi os momentos de felicidades e de tristeza, vi os momentos em que fui abraçado e os que eu abracei. Batalhas que ganhei e perdi ao longo da minha vida.
Com um ar sinistro e um sorriso de canto de boca ele me disse: " Vim buscar algo que você ama",  meu coração acelerou, e senti minhas mãos ficarem geladas, era como se eu soubesse o que ele veio buscar. Implorei para que não fizesse isso, porém ele nada falou, simplesmente sumiu ali na minha frente, para onde foi? Não sei, quando e se voltara? Também não sei.
 Após ele desaparecer resolvi ir para casa, e tentar me acertar com minha amada. Ao abrir a porta me deparei com ela ali caída no chão, fria com os lábios gelados, com os olhos negros e distantes, em seu corpo uma marca no ombro até seu umbigo, a marca fora feita com os espinhos de uma rosa que estava próxima à ela.
Lágrimas tomaram meus olhos como cachoeira, não pude acreditar no que via, lembranças que vieram em minha mente, me fizeram lembrar as palavras do tal anjo. Pensei em me matar, viver para que? Ter em minha memória essa cena.
Sentado na mesa com a faca na mão. optei pela vida, pois a vida continua e a morte vem quando chega a a hora dela vir, e não tem quem escape. Após cada visita dela, temos que erguer a cabeça e seguir em frente, pois essas visitas servem para uma renovação. 
Do pó viemos, ao pó voltaremos 

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